segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Dejà vu

Estive pensando sobre muita coisa ultimamente, impressionante como problemas são uma bela motivação para escrever. Esse texto não está nem perto de se tornar uma prosa poética ou algo pra tocar o coração de alguém. Esse texto tem a única função de libertar um coração sufocado, ou talvez desacostumado. Faz tempo que não me vejo com tantas idéias borbulhando na mente, acho que faltava uma dose de aventura para que as palavras pedissem para dançar, flutuar no papel.

Minha vida andava tão morna, e de onde eu menos esperava vinha o calor. Parece que estou num dejà vu eterno, onde aquela sensação de lembrança me persegue. Será que dois raios podem mesmo cair no mesmo lugar? Raios diferentes entre si, porém são raios, e isso basta.

Não sei se me encontro em uma tempestade, só sei que meus sentimentos combinam perfeitamente com qualquer analogia com a água. Sim, a água, que mesmo quando parece calma está em constante movimento. Será que só eu enxergo isso? A água, sem cor alguma, mas que qualquer gota de tinta colore tudo de uma vez só.

Eu estou cansada de tantas cores, mais de uma cor borra na água, e ao invés de um belo arco-íris se transforma em uma mistura sem graça. Dizem por aí que eu sou como uma borboleta, mas acredito que a metáfora não esteja bem empregada. Borboletas são livres, voam no céu azul e se escondem na chuva. Eu gosto de chuva, gosto de água, gosto do poder que ela tem, as borboletas com certeza não são como eu e vice-versa.

Torço para que não percebam que de borboleta eu não tenho nada, que não sou colorida, e sim sou uma cor de cada vez. Enquanto isso eu vou fingindo saber voar, até que me peguem atuando e o encanto se quebre. Desse dejà vu eu já sei o fim, só restará água em forma de lágrimas desbotando uma única cor.

Stéphanie Badaui

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

APRENDI




     Ouvindo músicas bregas. Letras iguais que parecem ganhar significados que antes eu achava tolos. Estava demorando pra isso acontecer. Mas acho que chegou a hora de crescer talvez, chorar parece não ajudar mais. Nada te tira daqui, e eu nem posso te mostrar o que aprendi.

     Aprendi que os contos de fadas não existem, que sua voz faz falta, nem que seja dizendo um simples “oi”, que mesmo parecendo que não tinha nada, você é como se fosse tudo. Se antes já não tinha sentido, agora menos ainda.

     Sou uma "menininha" pra você. Uma menininha que só quer descobrir, entender, aprender a andar, olhar o mundo. E você é o meu apoio, quem segurava a minha mão. O que deu errado? Talvez porque eu precisava e preciso de você. Enquanto você, você precisa de mim pra que? É uma relação desigual. Eu passei a depender de você e nada posso te oferecer que você não tenha.

     Queria não me enganar desse jeito e tentar achar uma solução. Talvez por procurar tanto, acabei achando coisas dentro de mim que não acreditava que existiam. Quis me enganar, te tirar da minha vida. Então tudo sumiu, e você foi junto. Fiquei sozinha com o fantasma que parece tão real, que por um momento me sinto protegida novamente.

     Você me enganou, disse que ia me ensinar o que era amar de verdade. Me mostrou flores ao longe em campos que terminavam no azul do céu. Sem perceber os espinhos, fui correndo, entreguei meu corpo, entreguei minha alma. E agora estou só, perdida em uma paisagem bela, porém repleta de espinhos que fazem sangrar, que fazem feridas como as que um dia você curou.

     Aprendi do modo mais difícil o que é o amor. Arrisquei, amei, me entreguei, e não me arrependo. Fingi não vê os riscos, mais sabia que eles estavam o tempo todo junto a mim. Você fingiu não saber, e os dois um dia acreditaram nessa história que se repete e nunca tem um fim.

Stéphanie Badaui.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Sorrisos e abraços.


Não havia qualquer geringonça moderna

que pudesse registrar os momentos mais interessantes.

Não guardo nenhuma fotografia sua.

Tais fotografias destruiriam aquela sensação gostosa

de fechar os olhos e lembrar com nitidez do seu rosto,

a partir daí ir mais além ao relembrar de uma frase que você tenha dito.

Ter-te bem pertinho.

Tão perto que posso sentir também o seu cheiro para dar mais realidade a esse momento nostálgico.

Em poucos minutos já parece que estou mais segura

assim como quando me abraçava e feito uma criança me colocava no seu colo.

Ah! O seu abraço, ele tinha o tamanho exato.

Ai então depois de descobrir que posso te querer tão bem.

Abro os olhos e olhando para o alto descubro que o céu estrelado guarda um grande sorriso, que é o meu ao lembrar do teu.


Rachel Oliveira

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Defeitos



Eu não quero alguém que ame os meus defeitos.
Eu quero, na verdade, alguém que os odeie.
Pois se mesmo assim essa pessoa ficar ao meu lado,
essa será a maior e melhor prova de amor de todas.


Stéphanie Badaui