terça-feira, 11 de novembro de 2008

Doce amargo amor

É impressionante como uma simples pessoa, por mais normal e comum que seja, pode ser muitas em uma só. Muitos podem não perceber, mas os poucos que percebem podem se machucar. Estamos em mudança contínua, como a chuva que as vezes vem pra mudar pequenos grãos de areia de lugar. Pequenos fatos que aparentam não ter importância, brigas que são esquecidas com abraços e palavras vagas, carinhos que nunca mais vamos sentir...
Descobrir. E o que já se descobriu? O que já sentimos com tanta intensidade e agora não temos mais a mesma força pra senti-lo. Olhares que se perdem, toques que parecem tão longe, ecos e sussuros que sempre vão nos acompanhar.
O passado que um dia amei, hoje apenas lembrança. Presente que aumeja o futuro, suplica mudanças, pois o corpo já não acompanha a alma ultimamente tão distante. E os pequenos detalhes, o cheiro em meu quarto, a lágrima que quer vir, mas que a frieza do meu olhar congela antes que ela possa te encontrar.
Doce e amargo amor, que vicia, nos torna dependente, que destroi corações. Mas hoje eu posso dizer que venci o amor, e que ele não me tem mais em suas mãos, pois cansei que ele fizesse o que bem entendesse comigo.
Agora estou vacinada contra essa doença chamada amor, mas sei que no futuro, próximo ou não, ela sofrerá mutações e irá enganar meu corpo novamente. Conquistará minha alma, tirará minhas forças, me transformará criança, me fará regredir por únicos momentos de plena felicidade e magia.
E quando isso acontecer aquela maldita dúvida vai vir me pertubar... "Será que vale a pena se arriscar?" E com um sorriso no rosto e a saudade nos olhos eu poderei dizer sem medo: "Um dia valeu..."

Stéphanie Badaui.