sexta-feira, 27 de junho de 2008

Lei da selva


Não me venha com discurssos anti-capitalistas, não seja hipócrita. Todos querem liberdade, igualdade, e quando as alcançam não parece mais suficiente. Ideologias que tentamos seguir e os atos desmentem. Capitalismo, socialismo, anarquismo..? Que nada! É a lei da selva camarada, e aqui vence o melhor.



Stéphanie Badaui.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Nem que fosse pela última vez



A tensão estava estabelecida e o silêncio sepulcral foi rompido quando Josephine espalmou as duas mãos na parede com força e então voltou-se para ele, dilatando as narinas como sempre fazia ao exasperar-se. Ele riu - em parte pela felicidade de rever aquele familiar semblante irado após uma longa campanha que o afastara de casa, e em parte realmente achando graça do ciúme dela.

- Minha amada, não faça drama! Não há motivo para tanto. - e ele abriu os braços envolvendo-a num abraço do qual ela tentava se soltar.

-Me solta! - vociferou ela, em um tom de autoridade que nem o próprio Napoleão conseguiria fazer para seus soldados. - Volte para tuas amantes, general! Maldita a hora em que te dei o lugar do falecido em minha vida!

-Não falemos dos mortos! - repreendeu-a, conservando-a presa. Sentindo no peito uma pontada de ciúmes repentina.

Ironia fatídica! Josephine temia a concorrência das vivas, e Napoleão enciumado com os mortos.

Ela se debateu, tentando livrar-se dos braços do jovem marido:

-Ele parece mais presente que você! - alfinetou, vendo que o afetara. E olhando-o com desprezo, finalmente saiu de seu abraço. - Estás sempre em outros lugares! Outras camas!

Napoleão não pôde mais conter o riso e sorriu diante da irritação dela:

- E você costumava queixar-se do meu ciúme! Olha só como tudo se inverteu!

Ela revirou os olhos, bufando alto:

- Vou sair desta casa e levar meus filhos! - declarou ela, dando as costas ao rapaz.

-Você não vai me deixar. - balbuciou Napoleão, convicto. - Não tem nem pra onde ir.

Josephine olhou-o por cima do próprio ombro, agora não mais com o rosto vermelho de raiva, mas sim com uma incômoda indiferença:

- Ainda tenho as propriedades do falecido. - falou somente, com uma calma assustadora. Nessas horas lhe convinha ser viúva!

Napoleão não se alterou.

-Você não vai me deixar. - repetiu somente, sem tirar os olhos dela. - Nós dois sabemos que não vai.

Josephine apenas suspirou, um suspiro quase imperceptível e retirou-se em silêncio, de uma forma teimosa, não submissa. Ele tinha razão, não o deixaria(...)



Nathalia Alves

(Me batam, me odeiem mas postei o diálogo Napoleão/Josephine que eu fiz durante a aula de...aula de alguma coisa(!) )


quarta-feira, 25 de junho de 2008

História boba


Reza a lenda, que no alto da Pedra do Sol.
Morava um mortal que tocava canções para lua.
Lá no alto, na lua cheia, morava uma Deusa.
Que sentia falta de amor.
E que em uma noite dessas
Quando dava seu show ao surgir de trás do mar
Refletindo o feixe de luz prata da lua sob as águas revoltas.
Sentiu-se atraída pelas canções do mero mortal.

A Deusa resolveu então que viria à Terra a fim de amar o musico.
Sendo assim na fase de lua cheia ela surgiu.
O mortal ficou encantado
Ela reunia todas as coisas, e transmitia a inocência dos pássaros.

Entregando-se a luxuria, os dois tiveram o primeiro contato.
A noite estava pra acabar.
A Deusa só podia ficar na Terra durante sua fase de Lua cheia.
E o mortal não podia morar na lua.
Seria uma loucura que desafiaria o Deus dos Deuses.

Mas a cada dia que passava ela ia sentido uma vontade impar de estar com o mortal.
Ouvir suas canções de amor, e sentir seus carinhos.
Mesmo em sua condição de Deusa ela teve que admitir,
Estava virando, escrava de seus próprios sentidos.

Passou a vê-lo todos os setes dias da fase da Lua Cheia.
E prometia sempre voltar na próxima fase.
Vítima do encanto doce da Deusa o rapaz esperava ansioso pela sua volta.
Seguiram assim durante anos, até que em uma de suas visitas encontrou seu amor adoecido aqui na Terra.
Ela teve de voltar ao luar com o coração na mão.

O mortal com medo de nunca mais ver a Deusa,
Resolveu que chegaria à Lua pelo mar.
Seguindo o feixe prata de luz.
Mas já estava muito fraco, viu que nunca chegaria
Então contemplando a lua proferiu algumas palavras de idéias Dostoievskiana.
“Se Deus não existisse, tudo seria permitido.”
Rachel Dos Santos.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Borboleta


Gosto de borboleta.
Não precisa ser
colorida,
basta que seja azul.
Pode ser dessas que dão na barriga
acompanhadas de um riso bobo,
ou daquelas que voam no céu nu
levadas por mais uma metáfora.

Gosto dele.
Não precisa gostar de mim,
basta que seque as lágrimas.
Pode ser dessas que molham
acompanhadas de meias verdades,
ou daquelas de plena alegria
descritas por mais uma hipérbole.

Gosto da lembrança.
Não precisa ser única,
basta que seja a primeira.

Pode apenas ser azul
acompanhadas dele,
ou somente dele
voando entre antíteses.


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[Dedico a você, que em meio a desentendimentos
uma borboleta azul nos trouxe o sorriso. Te amo.]
Stéphanie Badaui.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Prece à Vênus

pigmalião & galatéia


Ontem achei sua foto
jogada entre cartas, recortes e lembranças
nunca vividas
Ontem ouvi sua voz
irrompendo no silêncio do meu quarto
e no vazio dos meus pensamentos
E um aperto me invade o peito
O sorriso vaidoso
O andar vaporoso
Saindo da ponta do lápis, como mágica
Quase posso tocá-lo, amá-lo
E tudo se torna tão deliciosamente etéreo
Pigmalião e Galatéia às avessas
Talvez próximo esteja o dia em que Vênus há de ouvir minhas preces
Tal qual o fez há tanto tempo
Ou talvez não passe de uma vã esperança
Abro então os olhos, esperando encontrá-lo
Queria ser pra ti muito mais do que mera criadora
Nunca achei que ao esboçar a perfeição
Iria despertar meus sentidos
Irreparavelmente entregue
ao fruto da minha imaginação
Ontem te vi, te senti
Te criei (...)

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Ok, posso fazer um comentário adicional? Eu precisava escrever um poema baseado na história de Pigmalião e Galatéia! Eu sei que não ficou muito bem trabalhado, mas fiz às pressas. Um dia vou trabalhar melhor nele e adaptar. Foi só pra postar alguma coisa mesmo, próxima vez vai ser melhor, prometo.


Nathalia Alves